quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A pura verdade sobre o Natal

O Natal é a principal tradição do sistema corrupto denunciado inteiramente nas profecias e instruções bíblicas sobre o nome de Babilônia. Seu início e origem surgiu na antiga Babilônia de Ninrode! É verdade, suas raízes datam de épocas imediatamente posterior ao dilúvio!

Ninrode, neto de Cão, filho de Noé, foi o verdadeiro fundador do sistema babilônico que até hoje domina o mundo - Sistema de Competição Organizado - de impérios e governos pelo homem, baseado no sistema econômico de competição e de lucro. Ninrode construiu a Torre de Babel, a Babilônia primitiva, a antiga Nínive e muitas outras cidades. Ele organizou o primeiro reino deste mundo. O nome Ninrode, em Hebraico, deriva de "Marad" que significa "ele se rebelou, rebelde".

Sabe-se bastante de muitos documentos antigos que falam deste indivíduo que se afastou de Deus. O homem que começou a grande apostasia profana e bem organizada, que tem dominado o mundo até hoje. Ninrode era tão perverso que se diz que casou-se com sua mãe, cujo nome era Semíramis. Depois de sua morte prematura, sua mãe-esposa propagou a doutrina malígna da sobrevivência de Ninrode como um ente espiritual. Ela alegava que um grande pinheiro havia crescido da noite para o dia, de um pedaço de árvore morta, que simbolizava o desabrochar da morte de Ninrode para uma nova vida.

Todo ano, no dia de seu aniversário de nascimento ela alegava que Ninrode visitava a árvore "sempre viva" e deixava presentes nela. O dia de aniversário de Ninrode era 25 de dezembro, esta é a verdadeira origem da "Árvore de Natal"!

Por meio de suas artimanhas e de sua astúcia, Semíramis converteu-se na "Rainha do Céu"dos Babilônicos, e Ninrode sob vários nomes, converteu-se no "Divino Filho do Céu". Por gerações neste culto idólatra. Ninrode passou a ser o falso Messias, filho de Baal: o deus-Sol. Nesse falso sistema babilônico, "a mãe e a criança" ou a "Virgem e o menino"(isto é, Semíramis e Ninrode redivivo), transformaram-se em objetos principais de adoração. Esta veneração da "virgem e o menino" espalhou-se pelo mundo afora; o presépio é uma continuação do mesmo, em nossos dias, mudando de nome em cada país e língua. No Egito chamava-se Isis e Osiris, na Ásia Cibele e Deois, na Roma pagã Fortuna e Júpiter, até mesmo na Grécia, China, Japão e Tibete encontra-se o equivalente da Madona (minha dona ou minha senhora), muito antes do nascimento de Jesus Cristo!

Portanto durante os séculos quarto e quinto, quando centenas de milhares de pagãos do mundo romano adotavam o novo "cristianismo popular" levando consigo as antigas crenças e costumes pagãos, cobrindo-os sobre nomes cristãos, popularizou-se também a idéia da "virgem e o menino" (Maria após o nascimento de Jesus, manteve relações íntimas com seu marido segundo as escrituras - Mateus 1:24-25 - "E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS." Dizer que ela permaneceu virgem é um reflexo claro desta doutrina satãnica pagã) especialmente durante a época do Natal. Os postais de Natal, as decorações e representações, do presépio, as músicas da noite de Natal, como seu tema "Noite Feliz", repetem ano após ano esse tema popular da "virgem e o menino".

Nós que nascemos num mundo cheio de costumes babilônicos, criados e mergulhados nessas coisas toda nossa vida, fomos ensinados a reverenciar essas coisas como sendo santas e sagradas. nunca investigamos para ver de onde vieram - se vieram da Bíblia, ou da idolatria gentílica.

Causa-nos um choque conhecer a verdade - alguns infelizmente ficam ofendidos diante da pura verdade, porém Deus ordena aos seus fiéis ministros em Isaías 58:1 "Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão". A verdadeira origem do Natal encontra-se na antiga Babilônia. Está ligado à apostasia organizada que mantém preso um mundo enganado por todos esses séculos. É hora de sair da apostasia e sair de tamanho engano e astuta cilada de satanás. O Natal (25 de dezembro) é uma mentira - João 8:13-16 - "Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu dás testemunho de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro. Respondeu-lhes Jesus: Ainda que eu dou testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro; porque sei donde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis donde venho, nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo. E, mesmo que eu julgue, o meu juízo é verdadeiro; porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou." João 8:30-32 - " Falando ele estas coisas, muitos creram nele. Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." João 8:40-47 - "Mas agora procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade que de Deus ouvi; isso Abraão não fez. Vós fazeis as obras de vosso pai. Replicaram-lhe eles: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. Respondeu-lhes Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, vós me amaríeis, porque eu saí e vim de Deus; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Por que não compreendeis a minha linguagem? é porque não podeis ouvir a minha palavra.

Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira. Mas porque eu digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? Se digo a verdade, por que não me credes?

Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso vós não as ouvis, porque não sois de Deus."

No Egito sempre se acreditava que o filho de Isis (nome egípicio da "Rainha do Céu") nascera em 25 de dezembro. O mundo pagão celebrava essa famosa data de nascimento, na maior parte do mundo conhecido de então, muitos séculos antes do nascimento de Cristo. O próprio Jesus, os apóstolos e a igreja nunca celebraram o nascimento de Cristo em nenhuma época, na Bíblia não há mandamento ou instrução alguma para celebrar, todavia somos ordenados a lembrar sim de sua morte e ressurreição que nos proporcionou a Vida (ICo. 11:24-26; Jo. 13:14-17). Portanto os antigos "Mistérios Caldeus" idólatras iniciados pela esposa de Ninrode, tem sido transmitido de geração em geração pelas religiões pagãs e continua sob novos nomes de aparência Cristã.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Natureza da Graça

Primeiramente temos de ver qual é a natureza da graça. Que características a graça possui? Valorizamos o amor de Deus, pois sem o amor de Deus como fonte não haveria o fluir da salvação. O fluir da salvação resulta do amor de Deus. Ao mesmo tempo, sem a misericórdia de Deus não haveria a possibilidade de salvação. Por ter Deus mostrado misericórdia para conosco, Ele nos deu a Sua salvação. A salvação de Deus é a expressão concreta do amor de Deus. Por isso valorizamos o amor e também valorizamos a misericórdia. Contudo, o que de mais precioso nos alcança é a graça. O amor sem dúvida é bom, mas ele não nos traz nenhum benefício concreto. A misericórdia é também muito boa, mas ela não nos traz qualquer benefício direto; no entanto, com a graça há um benefício direto. Portanto, a graça é mais preciosa. O Novo Testamento está repleto, não com o amor de Deus nem com a misericórdia de Deus, mas com a graça de Deus. Graça é o amor de Deus vindo para cumprir algo para o pecador caído, perdido e que perece. Agora não temos somente um amor abstrato e uma misericórdia sentimental, mas temos a graça que vem ao encontro das nossas necessidades de maneira concreta.

Podemos achar que já é bastante maravilhoso se Deus for misericordioso conosco. Um carnal ou uma pessoa que vive na carne pensará que misericórdia é suficiente. O Antigo Testamento está repleto de palavras de misericórdia. Não existem muitas palavras sobre graça. Quando o homem está na carne, ele acha que misericórdia basta, que não há necessidade de graça. Ele pensa assim por não considerar o pecado como algo grave. Se o homem estivesse sem comida, sem roupas ou sem casa, misericórdia não seria suficiente; haveria também a necessidade de graça. Mas o problema com o pecado não é falta de comida, de roupas ou de casa. O problema com o pecado é a inquietação na consciência do homem e o julgamento diante de Deus. Por essa razão, o homem acha que se tão-somente Deus fosse misericordioso conosco e um pouco mais brando, tudo estaria bem. Se Deus desconsiderasse nossos pecados já seria bastante bom para nós. Em nosso coração esperamos que Deus seja misericordioso conosco e nos deixe ir. O conceito do homem é deixar ir e desconsiderar. Mas Deus não pode misericordiosamente desconsiderar nossos pecados. Ele não pode deixar-nos ir de qualquer jeito. Ele precisa lidar totalmente com nossos pecados.

Deus não somente tem de mostrar misericórdia para conosco, como também tem de nos conceder graça. O que procede do amor de Deus é a graça. Deus não está satisfeito somente com a misericórdia. Pensamos que se houvesse a misericórdia e que se Deus nos deixasse ir e não ajustasse contas conosco, tudo estaria bem. Mas Deus não disse que desde que tenha pena de nós Ele nos deixaria ir. Essa não é a maneira de Deus trabalhar. Quando age, Ele faz em harmonia Consigo mesmo. Portanto, o amor de Deus não pode parar na misericórdia. Seu amor deve estender-se até a graça. Ele deve lidar completamente com o problema dos nossos pecados. Se o problema dos pecados fosse algo que pudesse ser desconsiderado, a misericórdia de Deus seria suficiente. Mas deixar-nos ir e desconsiderar nossos pecados não é suficiente para Ele. Assim, ter só a misericórdia não é suficiente. Ele deve pôr a questão de pecados completamente em ordem. Aqui vemos a graça de Deus. É por isso que o Novo Testamento, embora não isento de misericórdia, está cheio de graça. Ali vemos como o Filho de Deus, Jesus Cristo, veio ao mundo para manifestar a graça e tornar-se graça a fim de que pudéssemos receber graça.

Que é graça? Graça nada mais é que a grande obra de Deus realizada gratuitamente em Seu amor incondicional e ilimitado em favor do homem desamparado, indigno e pecador. A graça de Deus é simplesmente Deus trabalhando para o homem. Como isso se diferencia da lei? A lei é Deus exigindo que o homem trabalhe para Ele, enquanto a graça é Deus trabalhando para o homem. Que é a lei? A lei é a exigência de Deus para que o homem faça algo para Ele. Que é obra? Obra é o esforço do homem para fazer algo para Deus. Que é graça? Graça nem é Deus exigindo algo nem é Deus recebendo a obra do homem, mas graça é Deus fazendo a Sua própria obra. Quando Deus vem para fazer algo pelo homem e a favor do homem, isso é graça.

A ênfase no Novo Testamento não está no princípio da lei. Na verdade, o Novo Testamento opõe-se ao princípio da lei, pois a lei e a graça jamais podem misturar-se. É Deus quem está trabalhando ou é o homem? Deus está dando algo para o homem ou está pedindo algo do homem? Se Deus estiver pedindo algo do homem, nós ainda estamos na era da lei. Contudo, se Deus estiver dando algo para o homem, estamos na era da graça. Você não iria à casa de alguém dar-lhe dinheiro se houvesse ido lá para pedir dinheiro. Semelhantemente, lei e graça são princípios opostos; elas não podem ser colocadas juntas. Se é para o homem receber graça, ele deve colocar a lei de lado. Por outro lado, se ele seguir a lei, cairá da graça.

Se é para o homem seguir a lei, ele deve ter suas obras aceitas por Deus. Se há o princípio da lei e das obras e se o homem deve dar algo a Deus, ele deve dar-Lhe aquilo que Ele exige. A Bíblia indica que as obras do homem deveriam ser uma resposta à lei de Deus. A lei de Deus requer que se faça algo. Ao fazê-lo, estou respondendo à lei de Deus. Isso é o que a Bíblia chama de obras. Mas quando a graça vem, o princípio da lei e das obras é posto de lado. Aqui vemos que é Deus trabalhando pelo homem em vez de o homem trabalhar para Deus.

Graça, que é Deus trabalhando pelo homem desamparado, infeliz e aflito, tem três características ou naturezas. Quem quiser entender a graça de Deus deve lembrar-se dessas três características ou naturezas. Se nos esquecermos delas, como pecadores não seremos salvos, e como cristãos fracassaremos e cairemos. Se virmos as características e a natureza da graça de Deus, receberemos mais graça de Deus para socorro em ocasião oportuna. Vamos considerar brevemente essas três características na Bíblia.

Quais são as obras do homem? Genericamente falando, existem três coisas consideradas como obras do homem: 1) seus delitos, 2) suas realizações e 3) suas responsabilidades. As obras más do homem são seus delitos; as boas são suas realizações e as obras que ele está disposto a assumir suas responsabilidades. Aqui temos três coisas: das coisas que o homem faz, as que não são bem feitas tornam-se seus delitos; as que são bem feitas tornam-se suas realizações, e as que ele promete fazer para Deus são suas responsabilidades. Na questão do tempo, delitos e realizações são coisas do passado, enquanto responsabilidades são coisas do futuro; são coisas pelas quais um homem é responsável. Se a graça de Deus é Deus trabalhando pelo homem pecaminoso, fraco, ímpio e desamparado, imediatamente vemos que a graça de Deus e o delito do homem não podem ser unidos. Tampouco pode a graça de Deus ser unida às realizações e responsabilidades do homem. Quando a questão do delito entra em cena, a graça não existe. Quando a questão da realização entra em cena, a graça também não existe. De semelhante modo, onde houver a responsabilidade, a graça não existirá. Se a graça de Deus é de fato graça, os delitos, as realizações e as responsabilidades não podem ser misturados a ela. Sempre que os delitos, as realizações e as responsabilidades são adicionados, a graça de Deus perde suas características.

A Graça de Deus não está Relacionada com os Delitos do Homem

A primeira característica da graça de Deus é que ela não está relacionada com os maus procedimentos do homem. A graça de Deus é concedida ao homem pecaminoso, aos pecadores desamparados, baixos, fracos e impiedosos. Se a questão do delito surge e se está determinado que aqueles com pecado não terão graça, então a graça está fundamentalmente anulada. A graça de Deus nunca pode ser retida simplesmente porque o homem pecou. A graça de Deus não pode ser reduzida nem quando os pecados do homem aumentam. Isso nunca pode ocorrer.

A mente do homem, estando cheia da carne, está preenchida com o conceito da lei. Podemos achar que os bem-sucedidos podem receber graça, mas nós, pecadores e sem realizações, estamos desqualificados para receber graça. No conceito do homem, delito e graça estão em extremos opostos. No conceito do homem, graça somente vem onde não houver delito. Se você disser a alguém que tem alguma consideração por Deus, que Deus o amou e deu-lhe graça, ele imediatamente vai querer saber como isso pode ser verdade, uma vez que ele tem cometido tantos pecados. O conceito do homem é que a graça pode ser recebida somente quando não há delito. Ele não consegue perceber que isso está totalmente errado. Por quê? Porque o delito dá a melhor oportunidade para a graça operar. Sem delito, a graça não tem oportunidade de manifestar-se. Além de ser incapaz de impedir a graça, o delito é a condição necessária para a graça ser manifestada.

Da mesma forma, nossa insuficiência diante do Senhor não é um impedimento para a graça. Pelo contrário, a nossa pobreza é uma condição para recebermos graça. Se não estivermos muito pobres, não estaremos desejosos de receber graça. Todo domingo de manhã há oito ou nove mendigos em nosso local de reuniões. Eles vêm todos os domingos, e são muito pontuais. Quando se aproximam e você lhes dá uma ou duas moedas, eles sorriem e pegam-nas. Mas, que ocorreria se você oferecesse uma moeda a qualquer irmão ou irmã entre nós que estivesse bem vestido e que tivesse uma boa educação, e dissesse: “Tome aqui, pegue isto. Arranje mais duas moedas e poderá comprar um salgadinho na rua”? Certamente ele ou ela não aceitariam; e não somente não aceitariam, mas considerariam isso um insulto. Portanto, ser pobre é uma condição para receber graça; de fato, é a condição mais necessária.

O homem é muito ilógico. Ele diz que não pode receber graça porque seus pecados são numerosos demais. Nenhuma afirmação é mais contraditória que essa; nenhuma afirmação é tão insensata. Porque os doentes estão doentes é que precisam de um médico; porque os pobres são pobres é que precisam de ajuda; e da mesma forma, porque o homem é um pecador é que ele precisa de graça. Portanto, o pecado não é um empecilho. Pelo contrário, é uma oportunidade. Nosso problema é que sempre achamos que temos de estar numa condição diferente da que estamos hoje. Achamos que para receber graça devemos ser mais santos e melhores hoje do que ontem.

Amigos, quem quiser ser um magistrado, terá de satisfazer certas exigências. Se quiser entrar numa escola, haverá os pré-requisitos. Se quiser ser um médico num hospital, haverá a questão da capacitação. Se quiser fazer negócios, existe a questão da habilidade. Qualificações, pré-requisitos, capacitação e habilidade são de fato úteis em determinadas situações. Contudo, se o homem deseja vir a Deus, qualificações, padrões, capacidade e habilidade estão fora de questão. Somente quando eu for um pecador desamparado, na mais baixa posição, poderei receber graça. O homem deixa de obter graça não por ser pecaminoso demais, mas por não estar em condição suficientemente baixa. Ele é orgulhoso demais e moral demais. É exatamente aqui que se encontra o maior problema. Somos grandes em todos os tipos de pecados. Ao mesmo tempo, somos muito grandes no pecado do orgulho. Por um lado, temos uma necessidade absoluta; por outro, o terreno em que nos encontramos não é aquele no qual podemos receber a graça de que necessitamos. Isso ocorre exclusivamente por causa do nosso orgulho.

Romanos 5:20 diz-nos que “onde abundou o pecado, superabundou a graça”. A Palavra de Deus mostra-nos que onde estiver o pecado, ali estará também a graça. Onde o pecado abundar — não que ele tenha realmente abundado, pois todos os homens pecam semelhantemente, mas onde o pecado tenha-se manifestado mais abundantemente — a graça de Deus abunda ainda mais. A palavra abundar na linguagem original tem a ver com a idéia de transbordar. Não sei se você já esteve à beira-mar ou à margem de um rio. Quando a maré alta vem, uma marca é deixada na praia ou margem. Mas se vier uma enchente esta ultrapassa a marca. Quando a água alcança a marca, dizemos que há somente uma elevação normal da maré, mas se a água sobe acima da marca há uma enchente. Isso é o que significa abundar. O pecado é tão grande, mas a graça é maior e até mesmo cobre o pecado. Aleluia! O pecado é grande, mas a graça é ainda maior e cobre o pecado. Esta é a graça de Deus. O homem tem o estranho conceito de que para receber graça, deve estar sem pecado ou delito. Mas isso não existe. Embora nossos delitos sejam muito sérios e possam elevar-se muito, a graça de Deus se eleva ainda mais. Uma vez que a graça de Deus está aqui para lidar com o problema dos delitos, os delitos não são mais um problema.

Qual é a essência da graça de Deus? A graça de Deus é simplesmente Deus vindo à posição do pecador para tomar sobre Si a conseqüência dos pecados do pecador. Por favor, lembre-se da definição que demos antes, que graça é Deus trabalhando em favor do homem. Se não tivermos qualquer delito, não necessitamos de que Deus faça qualquer coisa por nós e, como resultado, não necessitamos da graça de Deus. Mas por termos pecado e por termos problemas, Ele tem de vir e solucionar nossos problemas. Portanto, necessitamos da graça. Se eu digo: “Uma vez que pequei, não posso receber graça” é como dizer: “Por estar doente demais, estou muito envergonhado para ver o médico. Eu o verei quando minha temperatura tiver abaixado um pouco”. Visto que não há tal paciente no mundo, tampouco deve haver tal pecador no mundo. Assim sendo, nossos delitos são a condição para recebermos a graça de Deus.

Uma vez que o problema do pecado é cuidado por Deus e já que Ele toma a responsabilidade de lidar com nossos delitos, qualquer pecado que tenhamos, seja grande ou pequeno, não constitui problema diante de Deus. Tanto os pecados grandes como os pequenos não apresentam problema, pois ambos podem ser solucionados pela obra de Deus e somente pela obra de Deus. O pecado grande é cuidado pela obra de Deus. O pecado pequeno da mesma forma requer a obra de Deus. Se coubesse a nós lidar com nossos pecados, distinguiríamos entre pecados grandes e pecados pequenos. Contudo, se nossos pecados devem ser cuidados por Deus, serão cuidados não importando se são grandes ou pequenos. Uma vez que devam ser cuidados por Deus, não faz diferença alguma para nós. Tudo o que fazemos é receber a graça.

Vimos anteriormente por que o homem não pode receber graça. Lembre-se das palavras de Pedro em 1 Pedro 5:5: “Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça”. Deus dá graça ao humilde. Se você humildemente confessa que é um pecador, seus delitos não só não o impedirão de receber a graça de Deus, mas permitirão que você receba Sua graça. Uma vez que se humilhe diante de Deus, a graça de Deus fluirá para você. Agradecemos a Deus que a Sua graça desce para nós; ela não é bombeada até nós. Ninguém jamais pode bombear a graça de Deus para si mesmo. Portanto, todos os que estão no alto devem descer.

Quem são os pecadores e quem pode receber graça? A Bíblia mostra-nos claramente em Romanos 3:23-24 que “todos pecaram”, mas todos os que pecaram são “justificados gratuitamente, por sua graça”. A Bíblia mostra-nos que desde que o homem peque, espontaneamente pode receber graça. Sem ser pecador, ele não pode receber graça. O homem pensa que quem pecar não pode receber graça. Contudo, Deus diz que porque o homem peca, ele pode receber graça. É tão óbvio: uma vez que o homem tenha pecado a graça vem. Nunca pense que quando o pecado vem, a graça se vai. O pecado é um dos maiores enganos do homem, mas achar que o pecado o impede de receber graça é o maior engano do homem.

Portanto, a primeira coisa que devemos ver é que os delitos do homem não podem permanecer no caminho da graça de Deus. Com a graça de Deus, não existe problema por causa dos delitos. Pelo contrário, a graça de Deus está ali para lidar com os delitos do homem. Deus está concedendo graça porque o homem pecou.

A Graça não está Relacionada com as Realizações do Homem

Agora surge a segunda questão. Nem tudo o que o homem faz é pecado. Aos olhos de Deus, todos os atos do homem são pecados, mas aos olhos do homem, muitas coisas que ele faz são realizações. Alguns consideram que já que são muito pecadores não podem receber graça. Outros acham que porque pecam, têm de aperfeiçoar-se antes que possam receber graça. Note, por favor, que existe uma diferença aqui. O primeiro grupo diz que eles pecaram e são, portanto, desqualificados para receber graça. Este grupo está totalmente na esfera negativa. O segundo grupo é um pouco mais positivo: eles dizem que são pecadores e que somente receberão graça se agirem melhor. Acham que têm de alcançar certo padrão de conduta e certas realizações antes que possam receber graça. Na mente do primeiro grupo, o problema é um obstáculo para a graça. Na mente do segundo grupo, o problema é como obter graça. Alguns acham que os delitos nos impedirão de receber a graça de Deus. Outros acham que as realizações nos capacitarão a obter a graça de Deus.

Amigo, você sabe o que é graça? A graça é incondicional. Ela é gratuita e não há motivos para que seja dada. É a obra de amor de Deus que Ele confere a nós, os pecadores. Se a graça de Deus estivesse relacionada com as realizações do homem, a essência da graça se perderia imediatamente. Uma vez que seja permitido permanecer em nós um vestígio de realização, Deus deve recompensar-nos de acordo com nossa realização. Deus é justo. E desde que Ele é justo, no mínimo Ele é correto. Ele tem de recompensar e premiar o homem de acordo com suas realizações. Mas se o dar de Deus é uma recompensa ou prêmio, então não é graça. Tão logo as realizações entrem, a recompensa também deve entrar e a graça fica do lado de fora. Se um homem lhe dá um mês de trabalho e você lhe dá o salário de um mês, o pagamento não pode ser considerado um presente; é uma recompensa. Ele fez algo para você; é a realização dele. E se é uma realização o pagamento não é graça, mas recompensa. Desde que a recompensa entre, a graça sai.

Romanos 4:4 torna a questão muito clara: “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida”. Os delitos não nos impedem de receber graça, pelo contrário, proporcionam-nos a oportunidade de receber a graça de Deus. E as realizações não nos ajudam a receber a graça de Deus, pelo contrário, anulam a essência da graça de Deus. A não ser que seja gratuita, não é graça. A não ser que seja dada sem razão e causa e a não ser que seja um presente, não é graça. Se há alguma razão ou alguma causa envolvida, se há um preço envolvido ou se há algum labor envolvido, imediatamente surge a questão da recompensa, porque Deus é justo. No instante em que a recompensa entra, a essência da graça é perdida.

Se estiver numa posição acima de Deus ou mesmo igual a Deus, você não pode receber graça. É por isso que Romanos 4 diz claramente que ninguém pode vir diante de Deus e dizer que fez isso ou aquilo e que, portanto, sem se envergonhar, pode pedir graça. Se uma pessoa diz que não é como as outras que roubam dinheiro e são tão injustas, que jejua pelo menos duas vezes na semana, que embora não tenha dado o dízimo, pelo menos ofertou um vigésimo do que tem, ela não pode receber a graça de Deus. Que é graça? Deixe-me dizer isto de um modo enfático — graça é receber sem ter um motivo para receber. Uma vez que haja um motivo, ela se torna recompensa. Se você tem quaisquer realizações, a questão da recompensa entra e a graça fica de fora. Devemos dar muita atenção a essa questão.

Há ainda outra frase em Romanos que é muito clara sobre esse ponto: “E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (11:6). Alguém na minha família certa vez disse que deveríamos dar um presente a determinado médico no fim do ano. Quando perguntei por quê, foi-me dito que dois meses antes meus dois irmãos mais novos tinham ficado doentes e foram tratados por aquele médico. Por ser um amigo, o médico não quis aceitar qualquer dinheiro pelos seus serviços. Portanto, compraríamos algo para ele. “Neste caso”, disse eu, “não lhe estamos dando algo, mas devolvendo algo”. Por quê? Porque houve um trabalho e uma dívida. Portanto, rigorosamente falando, o nosso dar foi uma devolução do que devíamos.

Meus amigos, se tivéssemos quaisquer realizações diante de Deus, fossem elas grandes ou pequenas, a salvação de Deus para nós tornar-se-ia um pagamento de dívida e não seria mais graça. Agradecemos a Deus porque não há ninguém que possa clamar por qualquer realização diante de Deus. Agradecemos ao Senhor porque somos salvos pela graça. Se eu, Watchman Nee, fosse salvo pelas minhas realizações, nunca poderia dizer: “Deus, agradeço-Te por conceder-me graça”. Ao contrário, eu diria: “Deus, estou salvo porque pagaste a Tua dívida”. Poderia proclamar orgulhosamente que estou salvo pelas realizações. Por que ninguém pode salvar-se pelas realizações? Porque Deus quer remover todo orgulho do homem, para que o homem nada possa fazer senão agradecer e louvá-Lo. Já que a questão das realizações surge, a graça não é mais graça.

Por favor, lembre-se de que Deus não pode deixar de dar a Sua graça ao homem por causa de seus delitos. Tampouco pode reduzir Sua graça para o homem por causa de seus delitos. Deus tem de dar e Ele não pode reduzir o Seu dar. A graça não está relacionada com os delitos. E que dizer sobre as realizações? Na graça não existe a possibilidade de mistura com o que quer que seja, nem mesmo com a essência das realizações. Graça não é o pagamento de Deus a uma dívida que tem para conosco. Não é que Deus nos deve e que agora Ele está pagando. Alguns podem dizer: “Senhor Nee, nós não somos tão extremistas. Não ousamos dizer que viemos a Deus pelas nossas realizações. Mas o senhor tem de acreditar que precisamos de algumas realizações diante de Deus. É impossível não ter nada. Devemos fazer uma pequena obra e, então, Deus pode suprir nossa falta. Faremos o melhor possível e Deus suprirá o restante”. Meus amigos, não podemos dizer isso. Graça não é Deus pagando uma dívida. Da mesma forma, graça também não é o pagamento excessivo de uma dívida de Deus, como se Deus devesse a você cinco dólares, mas agora está lhe devolvendo dez. Graça é como se alguém lhe desse uma roupa nova. Não é como se alguém remendasse sua roupa rasgada. Se graça fosse um remendar, ela perderia sua posição e sua essência seria anulada.

Deixe-me repetir novamente, graça nada tem a ver com realizações. O que o homem naturalmente vê é que algumas pessoas são melhores e outras, piores. Portanto, ele acha que os melhores requerem menos da graça de Deus e os piores requerem mais da graça de Deus — um remendo maior para um buraco maior e um remendo menor para um buraco menor. Todavia esse conceito não existe na Bíblia.

Quem pecou? Creio que todos conhecemos a frase de cor: “Pois todos pecaram”. Por que é que todos pecaram? Porque “carecem da glória de Deus” (Rm 3:23). Se a Bíblia dissesse que todos pecaram por terem transgredido os Dez Mandamentos, poderia haver uma diferença entre grandes pecadores e pequenos pecadores, pois alguns podem ter transgredido nove mandamentos, enquanto outros podem ter transgredido somente um. Se a Bíblia dissesse que todos pecaram porque todos carecem dos costumes da sociedade ou da lei do país, ainda haveria alguns que são bons e alguns que não são tão bons. Mas muito estranhamente a Bíblia diz que todos pecaram, porque todos carecem da glória de Deus. Que é, então, a glória de Deus? Se quer entender o que é a glória de Deus, você tem de entender Romanos 1 a 8. A graça de Deus está ligada à glória de Deus. A graça procura o homem no nível mais baixo e a glória leva o homem ao nível mais elevado. Romanos 1 a 3 diz-nos como o homem pecou. A seguir, após dar o caminho da salvação pelo Senhor Jesus nos capítulos três a cinco, a crucificação com Cristo nos capítulos seis e sete, e a obra do Espírito Santo no início do capítulo oito, Romanos diz-nos o seguinte no final do capítulo oito: “Aos que de antemão conheceu, também os predestinou (...) e aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (vs. 29-30). Salvação é Deus puxando um pecador da lama do pecado e levando-o até a glória. Embora estejamos justificados, sabemos que justificação não é suficiente. A justificação não é o alvo da salvação de Deus para nós. Deus não vai parar até que estejamos na glória. Portanto, Romanos 1 a 8 começa com pecados e termina com glória.

Que significa carecer da glória de Deus? Significa não poder entrar na glória. Todos pecaram porque não podem entrar na glória. Se todos pecaram porque não honraram seus pais, você poderia encontrar desonradores “grandes, médios e pequenos”. Talvez para quatrocentos milhões de chineses existam quatrocentos milhões de tipos de desonradores. Contudo, quanto ao carecer da glória de Deus, isto é, quanto a não poder entrar na glória, você e eu somos exatamente iguais. Você pode ser moralista, e eu, criminoso. Como criminoso eu não posso entrar na glória, tampouco você o pode como moralista. Portanto, diante de Deus todos carecem de Sua glória, e ninguém está qualificado para entrar nela.

Você pode sair à rua e dizer a qualquer pessoa que ela pecou. Se ela disser que não pecou, você pode perguntar-lhe se ela acha que pode entrar na glória. É óbvio que a pessoa não saberá o que é glória. Se estivermos na luz de Deus e se tivermos um pouco de conhecimento das Escrituras, saberemos que não estamos qualificados a entrar nela. Nenhum de nós pode entrar nela.

Dois meses atrás, enquanto eu estava em Hong Kong, acontecia ali o campeonato mundial de tênis. O estádio onde ocorria a competição só podia acolher de quinhentos a seiscentos espectadores. Oitocentas pessoas não puderam entrar e tiveram de ficar do lado de fora. O problema não era se eles tinham dinheiro ou não, se eram homens ou mulheres, ou se eram senhores ou servos. Nenhum deles podia entrar. Se fosse rico ou pobre, educado ou ignorante, homem ou mulher, não fazia diferença. A diferença entre eles e os que entraram não estava no fato de serem ricos ou pobres, homens ou mulheres, educados ou ignorantes. O problema era que eles não podiam entrar.

Da mesma forma, a questão hoje não é se você é moral ou não, ou se é educado ou não. A questão agora é se você pode ou não entrar na glória. Todos os que não podem entrar na glória são pecadores e estão desqualificados diante de Deus. Portanto, Deus nivelou todos diante Dele. Temos um lote de terra em Jenru. Recentemente tivemos de gramá-lo. Para fazer isso tive de contratar alguns trabalhadores para nivelar o terreno. A questão hoje é se você pode ou não entrar. A despeito de ser moral ou não, você não pode entrar na glória. Deus nivelou todos. Por que Deus nivelou todos? Gálatas 3:22 diz-nos que “a Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a promessa concedida aos que crêem”. Deus encerrou a todos sob o pecado. Todos se tornaram pecadores, para que todo o que crê em Jesus Cristo receba a graça de Deus. Deus nivelou todos de maneira que Ele possa conceder graça a cada um.

Romanos 11:32 diz: “Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos”. Deus encerrou a todos na desobediência. Ele nivelou todos. Com que propósito? Com o propósito de poder mostrar misericórdia a todos. Assim sendo, diante de Deus, as realizações não podem ter nenhum lugar. Todos estão sobre o mesmo terreno.

Romanos 3:9 diz: “Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado”. O veredito de Deus é que tanto os judeus como os gentios estão todos debaixo do pecado. Não há nenhuma oportunidade para que as realizações tenham lugar. Nas porções das Escrituras que acabamos de ler vemos que todos foram encerrados no pecado e na desobediência para que possamos ir a Deus a fim de receber graça e misericórdia. Que é a graça de Deus? Graça de Deus é Ele dar ao homem não de acordo com o que o homem merece. A graça de Deus não concede ao homem mais do que ele merece ou algo melhor do que ele merece. Graça é simplesmente Deus dar ao homem o que ele não deveria ter e não merece.

A Graça de Deus não está Relacionada com as Responsabilidades do Homem

Agora chegamos à terceira questão: as responsabilidades do homem. A graça de Deus nunca pode estar vinculada às responsabilidades do homem. Quais são as responsabilidades do homem? Por exemplo, suponha que eu dê a um irmão dez mil dólares para enviar a determinado lugar, mas por temer que ele perca o dinheiro, eu o encarrego dizendo: “Você é responsável por este dinheiro”. Que quero dizer? Quero dizer que se ele perder o dinheiro, terá de devolvê-lo. Este é o significado de responsabilidade. Delitos são questões do passado. Realizações também são questões do passado. Porém, responsabilidades são questões do futuro. Se Deus vai dar-nos graça, ela não pode estar ligada à responsabilidade. Quando peço a um irmão para levar dez mil dólares ao banco, aquele dinheiro não é dele, assim eu lhe digo que ele é responsável pelo dinheiro. Contudo, se esse dinheiro é um presente gratuito para ele, será que posso dizer: “Você é responsável por ele”? Certamente não. Uma vez que tenha dado o dinheiro a ele, o dinheiro é dele. O que ele fizer com o dinheiro é problema dele, mesmo que o atire num rio ou numa lata de lixo.

Alguns dizem que antes da salvação não tínhamos boas obras e éramos incapazes de salvar a nós mesmos. Não havia outra maneira de ser salvo exceto ter a graça de Deus salvando-nos. Mas agora que estamos salvos, eles dizem que deveríamos fazer boas obras, pois se não as fizermos estaremos novamente condenados a perecer. Muitos têm o conceito de que a salvação é proveniente da graça, mas manter esta salvação é proveniente do nosso mérito e labor. A isso é que chamo de responsabilidade. Muitos acham que se nos conduzirmos adequadamente após sermos salvos, nossa salvação será preservada, e se não nos conduzirmos adequadamente, Deus tomará de volta Sua salvação. Se a salvação pode ser tomada de volta, ainda é graça? Se é graça, não existe a questão de mérito passado, obra presente ou responsabilidade futura. Se introduzirmos a responsabilidade futura, então novamente não é mais graça.

Certa vez um pregador veio dizer-me que não cria que uma vez que uma pessoa fosse salva, ela estava salva para sempre. Eu perguntei-lhe por que pensava assim. Ele disse que acreditava que o homem é salvo pela graça, mas se o homem não se portar adequadamente após a salvação, perecerá. “Então isso é graça?” perguntei. A seguir dei-lhe uma ilustração. “Suponha que vamos a uma livraria juntos e cada um de nós escolhe o mesmo livro para comprar. Quando você pergunta ao vendedor o preço, ele lhe diz que custa sessenta centavos de dólar. Você lhe paga sessenta centavos e leva o livro para casa. Mas ao vasculhar meus bolsos, percebo que não tenho nenhum dinheiro. Eu também quero o mesmo livro, então digo ao vendedor que não trouxe nenhum dinheiro comigo, e pergunto se posso levar o livro agora e mandar o dinheiro mais tarde. Ele diz que posso fazê-lo porque nos conhecemos bem. Assim, eu também levo o mesmo livro para casa. Você pagou em dinheiro, mas eu adiei o pagamento. Deixe-me perguntar-lhe: A transação em dinheiro foi graça? Certamente não, pois o livro foi pago com sessenta centavos”. Ser salvo por meio de boas obras é como uma transação a dinheiro. Se tiver realizado boas obras, você pode ir a Deus e Ele dirá: “Bom, você pode ser salvo”. Se um homem é salvo dessa maneira, sua salvação não é por meio da graça. Agradeçamos ao Senhor porque ninguém é salvo dessa maneira. Que dizer sobre meu caso de adiar o pagamento? É como Deus antecipando a salvação ao homem. Se o homem não fizesse o bem após a salvação, seria requerido que ele a devolvesse. Ele teria de fazer o bem a fim de manter a sua salvação. Todavia isso tampouco é graça. Graça não é uma transação à vista nem é como um pagamento a prazo. Numa transação à vista, a pessoa paga agora; no pagamento a prazo, a pessoa paga depois. Mas ambos têm de pagar. Contudo, não adquirimos nossa salvação a crédito. Eu disse ao pregador que se a salvação é proveniente da graça, não há necessidade de boas obras. Então ele perguntou: “Isso quer dizer que não precisamos de boas obras nunca mais?” Eu disse: “Não, os cristãos precisam fazer boas obras. Mas as boas obras a que me refiro nada têm a ver com salvação. As boas obras a que me refiro têm a ver com o reino, com a recompensa e a coroa. A salvação não é comprada nem adquirida a crédito. A salvação é dada gratuitamente”.

Que significa dar gratuitamente? O Senhor Jesus disse: “Eu lhes dou a vida eterna” (Jo 10:28). A vida eterna é-nos dada por Deus. Certa vez fui comprar algo na loja de um amigo. Ele e eu nos conhecíamos muito bem, por isso ele não queria me cobrar. Ele disse-me que daria o artigo que eu quisesse. Não consegui convencê-lo a pegar o dinheiro, contudo ele insistia que eu levasse o artigo. Da mesma forma, Deus diz que nos dará vida eterna. Ele não disse isso apenas para voltar e mudar de idéia. Ele não disse que ela seria nossa se fizéssemos o bem e que Ele a tomaria de volta se não fizéssemos o bem. Não quero dizer que os cristãos não devam ter boas obras. Odeio o viver relaxado, mas isso nada tem a ver com minha salvação. Aleluia! A salvação nos é dada; ela não é comprada por nós. Entretanto, não devemos desprezar as boas obras. As boas obras estão relacionadas com a recompensa do reino, a coroa ou punição, mas elas nada têm a ver com a salvação. Se a salvação é de graça, a questão do futuro não é levada em conta.

Romanos 6:23 diz: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor”. Que é um dom gratuito? Um dom gratuito é um presente. Eu não posso enviar um presente para sua casa e, então, mais tarde enviar-lhe a conta. Se é um presente, é absolutamente grátis, e isso não pode ser mudado.

Portanto, a graça não está relacionada com seus delitos passados, suas realizações atuais ou sua responsabilidade futura. Se estiver relacionada com sua responsabilidade futura não é graça, pelo contrário, é uma compra a prazo. Agradecemos a Deus porque a vida eterna não é uma compra a prazo. É um presente. Agradecemos ao Senhor que a vida eterna é o dom de Deus em Seu Filho Jesus Cristo.

Uma vez que a salvação nos é dada por Deus, devemos lembrar-nos de uma coisa depois que fomos salvos: a salvação é obtida unicamente por meio de crer e é preservada sem levar em conta nossa fidelidade. Portanto, a condição para preservar nossa salvação é a mesma para obtê-la. Desde que ela é obtida gratuitamente, é também preservada gratuitamente. Agradecemos a Deus que por ser gratuita a obtenção da salvação, da mesma forma é eternamente gratuita a preservação dela.

Ao final do livro de Apocalipse, depois de o novo céu, a nova terra, o reino, o lago de fogo, o fim de Satanás e o grande trono branco terem sido todos mencionados, a Bíblia diz: “Quem quiser receba de graça a água da vida” (22:17b). Agradecemos ao Senhor porque Ele colocou, de propósito, o beber gratuito da água da vida no final do capítulo 22. Após termos visto o lago de fogo, a segunda morte, o fim de Satanás, o reino, o novo céu e a nova terra, podemos sentir temor de que Deus endureça Seu coração novamente; mas depois de todas essas coisas, Deus propositadamente declarou que a água da vida é gratuita. Não há preço para ela. Agradecemos ao Senhor porque temos a graça por meio de Jesus Cristo, e essa graça é gratuita. Ela não está relacionada com a nossa responsabilidade.

Muitas vezes tenho ouvido dizer que temos de fazer o bem e retribuir a graça de Deus. Essas palavras são comuns hoje na igreja. Mas tenho de perguntar onde na Bíblia há um versículo que diz que temos de retribuir a graça de Deus? Essa palavra é por demais contraditória. Se há retribuição, não há graça. E, se há graça, não há necessidade de retribuição. Agradecemos ao Senhor que em todo o Novo Testamento nunca nos é dito para retribuir alguma coisa. É verdade que nós, cristãos, devemos ter boas obras. Mas por que devemos ter boas obras? Por que temos de sofrer pelo Senhor? Por que temos de suportar a vergonha? Por que servimos ao Senhor? Como o Senhor tem tratado conosco em amor, assim também tratamos com o Senhor em amor; contudo não existe aqui o pensamento de troca. Não é que Deus me dá muito e eu em troca devolvo muito. Por Ele ter-me amado, não posso fazer nada exceto amá-Lo; porque Ele me amou, Ele foi crucificado por mim; e por amá-Lo, de boa vontade suporto a cruz por Ele. O que Ele me tem dado, tem sido dado gratuitamente, e o que estou dando a Ele também é dado gratuitamente. A dificuldade reside na mente legalista do homem. Em todas as coisas o homem pensa em negócios e na lei. Mesmo a questão da salvação é vista do ângulo de negócio. Hoje, se trabalhamos, servimos ao Senhor, sofremos vergonha ou carregamos a cruz, não é porque queremos recompensar a Sua graça — é porque O amamos. O amor com que Ele nos amou nos cativou, capturou nosso coração e constrangeu-nos a servi-Lo.

Se você fala em retribuir, é ignorante quanto ao valor da graça que recebeu. Se hoje toma emprestado dez dólares de um amigo, você vai querer pagar-lhe. Se tomar emprestado cem dólares, você também vai querer pagá-los. Se tomar emprestado mil dólares, ou mesmo dez mil dólares, você ainda deve querer pagar-lhe. Mas se tomar um milhão de dólares emprestado, você pode não ter o pensamento de pagar. E se tomar dez ou cem milhões de dólares emprestados, você não consegue imaginar o fato de pagar-lhe. Se tomar emprestado um trilhão de dólares, você nem mesmo sabe mais como pensar sobre pagar, pois a devolução tornou-se impossível. Se hoje você está querendo pagar a Deus, isso simplesmente significa que não conhece o quanto Deus lhe deu. Você não conhece a profundidade, o comprimento, a altura e a largura da graça de Deus para você. Se percebesse somente um pouco, você se aquietaria e desistiria da idéia de devolução. Você deveria fazer um voto ao Senhor voluntariamente, dizendo: “Sou um devedor voluntário para sempre”. A graça que Ele nos deu é grande demais. Mesmo se quisermos retribuir, não existe a possibilidade de fazê-lo.

Meus amigos, se devessem a alguém cem milhões de dólares, vocês teriam a audácia de comprar um bolinho de dez centavos e dar-lhe como “prova de agradecimento”? Será que isso poderia ser considerado um brinde? Nosso Deus tem feito tanto por nós. Ousaríamos dizer que Lhe estamos dando “um pequeno brinde” como retribuição? Não! Somente podemos dizer que Deus nos tem dado gratuitamente muito. Estou feliz por ser um eterno devedor. Deus tem-nos amado com amor eterno. Não há limite de comprimento, largura, altura e profundidade de Seu amor para conosco. Será que vamos retribuir a Deus com um “bolinho de dez centavos”? Só podemos dizer que voluntariamente aceitamos Seu amor. Odeio ouvir os homens falarem sobre retribuição! Odeio o conceito da lei! Somente desejo que os filhos de Deus vejam que assim como Deus é graça para nós, assim sejamos nós graça para Ele. Assim como Deus tratou generosamente conosco, também vamos tratar com Deus generosamente.

Aleluia! Não há a questão de delitos, realizações ou responsabilidades. A salvação nada mais é que Deus por mim, não eu por Deus. Graça é o que Deus tem feito por mim. Não é o que eu tenho feito por Deus. Por favor, lembrem-se de que a paz e a alegria de um pecador e a paz e a alegria de um cristão não residem no quanto eles amam ao Senhor, mas no quanto o Senhor os ama. Nossa paz e alegria não residem no quanto temos feito pelo Senhor, mas no quanto o Senhor tem feito por nós. Dependemos diariamente não do que temos, mas do que Deus é. Precisamos ser libertados de nós mesmos. Precisamos ver Deus à luz do evangelho. Precisamos ver que estamos descansando no que Deus é e no que Ele tem. Estamos dependendo da graça e da misericórdia de Deus. Se virmos isso, não fracassaremos nem ficaremos tristes. Se confiarmos em nós mesmos, achando que somos muito bons e que amamos muito ao Senhor, seremos como areia movediça; não seremos capazes de construir uma casa sobre ela. Não podemos encontrar nenhuma paz e alegria em nós mesmos. Somente podemos encontrá-las no Senhor, em Deus.

É maravilhoso perceber que enquanto vivemos nesta terra, Deus é por nós. Você se lembra das palavras de Romanos 8:31b? “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Não creio que exista uma palavra melhor do que esta para nós. Quando venho partir o pão no domingo, não pergunto a mim mesmo se me portei adequadamente nos últimos dias ou não. Pelo contrário, pergunto se o Senhor tem me amado nos últimos dias. Talvez ultimamente a sua condição tenha sido muito pobre. Talvez ultimamente você tenha estado muito frio em suas emoções. Mas você somente precisa perguntar se o Senhor ainda o ama. Se o Senhor não o ama mais, você pode reter seu louvor. Mas se o Senhor ainda o ama, você tem de louvá-Lo. Você notou como os discípulos que estiveram com o Senhor por três anos e meio no fim ainda eram tão tolos a ponto de questionar acerca de quem era o maior entre eles? Contudo a Bíblia diz que o Senhor, tendo amado os Seus, amou-os até o fim (Jo 13:1). Agradecemos ao Senhor porque tudo depende Dele. Se dependesse do nosso amor, se tivéssemos de confiar em nós mesmos, seria como colocar uma vela num barco e lançá-lo ao mar para navegar em meio a uma tempestade. Você pode imaginar quão instável isso seria? Agradecemos a Deus porque tudo é graça. Tudo depende Dele. Que Deus nos conceda conhecer verdadeiramente as características da graça do Senhor Jesus.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Força do pecado

A força do pecado é proveniente da lei de Moisés? Deus permitiu que o homem pecasse? Como o homem alcançou liberdade? Em qual mandamento de Deus o pecado achou ocasião e matou o homem? Estas e outras perguntas serão respondidas neste artigo.

"Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei" ( 1Co 15:56 )

A força do pecado reside na lei de Moisés?

Muito antes de Moisés entregar a lei ao povo de Israel o pecado já exercia o seu domínio no mundo “Pois antes da lei estava o pecado no mundo...” ( Rm 5:13 ), e a morte já reinava desde Adão ( Rm 5:14 ). Tais afirmações demonstram que não é a lei de Moisés que é a força do pecado, pois mesmo sem a lei mosaica o pecado prendia o homem à morte.

Se a lei de Moisés não é o que concede força ao pecado, de qual lei o apóstolo Paulo fez alusão? Qual lei constitui-se a força do pecado?

A resposta encontra-se no livro do Gênesis: “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” ( Gn 2:16 -17).

Quando Deus concedeu a sua ordenança (mandamento) a Adão, assim o fez para preservar-lhe a vida, ou seja, a comunhão de Adão com Deus. O mandamento foi dado para vida, porém, o que era santo, justo e bom tornou-se morte, visto que o pecado achou ocasião na ordenança, e por ele matou o homem.

Qual a força da ordenança? A força da ordenança decorre da soberania de Deus, que a constituiu, e, por conseguinte, a ordenança é santa, justa e boa, pois é uma expressão da natureza de Deus.

Na ordenança havia uma pena (conseqüência) pré-estabelecida: ‘... certamente morrerás’, e na morte, que é um aguilhão, ou a pena prevista, o pecado prendeu todos os homens, sujeitando-os por toda existência a servi-lo ( Hb 2:15 ).

O pecado refere-se a uma condição pertinente a humanidade após a ofensa de Adão. Esta condição é resultado de uma pena imposta após uma condenação: alienação da glória de Deus, separados da vida que há em Deus, portanto, mortos ( Rm 5:18 ).

O que prende o homem à condição denominada pecado é a morte, a pena prevista pela ordenança de Deus, e através da ordenança que era para vida o pecado ‘achou’ ocasião (meio, modo) e matou o homem.

Qual o objetivo da ordenança dada por Deus no Éden?

  1. Preservar a relação que o homem possuía com Deus (vida, luz, verdade, justiça, santidade, etc.);
  2. Estabelecer e conscientizar o homem da total liberdade que possuía “De toda a árvore do jardim comerás livremente...” ( Gn 2:16 );
  3. Não deixar o homem desavisado (inocente) do risco que o cercava "O avisado vê o mal e esconde-se; mas os simples passam e sofrem a pena" ( Pr 27:12 );
  4. O alerta ‘dela não comerás’ demonstra uma relação de confiança, que preservaria a condição do homem.

A ordenança dada por Deus era santa, justa e boa, porém, o pecado mostrou-se excessivamente maligno, pois encontrou ocasião na ordenança que era para vida, e através da ordenança matou o homem ( Rm 7:13 ).

A força do pecado é anterior a lei de Moisés, pois antes da lei mosaica a morte já reinava em decorrência da ofensa de Adão ( 1Co 15:22 ).

Adão não precisava realizar obra alguma para cumprir a ordenança, antes bastava confiar em Deus, porém Adão não confiou (descansou) e desobedeceu ao Criador.

Adão não tinha qualquer obrigação, e podia comer livremente de todas as árvores do jardim, inclusive das duas árvores plantadas no meio do jardim: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Mesmo com o alerta acerca da conseqüência quanto ao comer do fruto do conhecimento do bem e do mal, Adão não preferiu a ordenança que era para a vida e comeu do fruto do conhecimento do bem e do mal.

O aguilhão do pecado não é proveniente da lei de Moisés, antes é proveniente da lei que causou a alienação de Deus. Por causa da lei santa justa e boa que diz: ‘... certamente morrerás’ ( Gn 2:17 ), o pecado encontrou ocasião na força da lei, e por ela aprisionou o homem ( 1Co 15:56 ).

Qual a força do pecado? A irrevogabilidade da lei tornou-se a força do pecado.

Através da ordenança que diz: ‘... certamente morrerás’ ( Gn 2:17 ), por causa da transgressão de Adão o pecado encontrou a força necessária para aprisionar o homem. Sem o mandamento não existiria para o homem a possibilidade de alienação de Deus, ou seja, o pecado estaria morto ( Rm 7:8 ).

O mandamento de Deus foi dado para preservar o homem em comunhão com a Vida, porém, após dar ‘ouvido’ à serpente, o homem ‘achou’ que o mandamento era para a morte, pois entendeu que ainda não estava pleno de Deus ( Rm 7:10 ; Gn 3:5 ).

O homem entendeu que não ter o conhecimento do bem e do mal era o mesmo que não ter a plenitude de Deus, porém, plenitude é estar em comunhão com Deus.

Pela lei santa justa e boa, que visava preservar a comunhão do homem com Deus, o pecado achou ocasião, mostrando-se excessivamente maligno, pois pelo bem (lei) encontrou a força necessária para alienar o homem de Deus, e, assim, enganou e matou o homem ( Rm 7:11 ).

O homem perdeu a comunhão, a glória, a vida e a liberdade! Por natureza o homem passou a ser filho da ira e da desobediência, alienado de Deus e escravo do pecado ( Ef 2:2 -3 ). A condição de Adão passou a todos os seus descendentes. A morte veio por um homem e todos os homens morreram em Adão ( 1Co 15:21 -22). Um pecou, todos os seus descendentes pecaram ( Rm 5:16 ).

Um cético pode perguntar: se Deus sabia que o pecado operaria a morte através do mandamento santo, justo e bom, porque concedeu indiretamente ocasião ao pecado ao estabelecer o mandamento? Porque somente através do mandamento se estabelece a liberdade. Se não houvesse o mandamento não haveria liberdade.

Quando Deus instituiu a perfeita ordenança, a da liberdade, dizendo: “De toda a árvore do jardim comerás livremente...” ( Gn 2:16 ), somente com a ressalva a liberdade se estabeleceu: “... mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” ( Gn 2:16 ).

Deus estabeleceu plena liberdade, e o diabo enfatizou proibição total: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” ( Gn 3:1 ). Deus é o autor da liberdade ( 2Co3 :17 ), mas o diabo promoveu a alienação de Deus.

O apóstolo Paulo descreve a condição do homem destituído da gloria de Deus (pecado) como morto em delitos e pecados ( Ef 2:1 ; Cl 2:13 ). O homem não dispõe de meios para livrar-se por si mesmo da condição herdada de Adão, o que o torna comparável a um escravo.

Diante deste quadro horrendo, condição em pecado, apareceu a benignidade de Deus para com todos os homens ( Tt 3:4 ). Por ser riquíssimo em misericórdia, mesmo os homens estando mortos em delitos, anunciou: "Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá...” ( Is 55:3 ; Ef 2:5 ).

Adão morreu por não dar ouvidos (obedecer) à palavra do Senhor. Não deu crédito à palavra do Senhor, mas acatou as palavras do pai da mentira, pois desobedeceu ao mandamento que lhe era para vida.

São diferentes: o mandamento que Deus deu no Éden, onde o pecado obteve força, e a lei de Moisés, que somente serviu de ‘aio’ para conduzir o homem a Cristo. Enquanto a ordenança no Éden era para preservar a vida, a ordenança entregue por Moisés continha uma maldição para quem não a cumprisse “Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las (...) O que fizer estas coisas, por elas viverá” ( Gl 3:10 -12).

Nas cartas do apóstolo Paulo há referencia as duas leis, sendo necessário fazer distinção entre elas para não ocorrer equívocos quando se interpreta a bíblica.

Por exemplo: considerar que a lei de Moisés é o que concede força ao pecado dá margem a entender que o pecado restringe-se às ações ou omissões equivocadas dos homens, o que nega ambos: a força e o aguilhão do pecado, provenientes da desobediência de Adão.

Daí surge o entendimento que a força do pecado está nas negativas da lei de Moisés, por exemplo: não matarás, não furtarás, não roubarás, não dirás falso testemunho, etc., o que promoverá um entendimento meramente legalista e formalista no combate ao pecado. Tal compreensão não exclui a força do pecado através da morte do pecador com Cristo, antes promoverá um evangelho pautado em questões comportamentais, tais como: formalismo, legalismo, moralismo, etc.

Quando se compreende de modo correto qual ‘lei’ concede força ao pecado, o interprete enfatizará a crença na mensagem do evangelho, uma vez que compreenderá porque é necessário ao homem nascer de novo.

Como o homem morreu porque não deu crédito a ordenança que era para vida, somente através da fé na palavra de Deus o homem viverá ( Mt 4:4 ). O aguilhão do pecado (morte) só é ‘quebrado’ quando o homem morre com Cristo, pois após morrer, e ser sepultado, ressurge em uma nova criatura, criada segundo o poder de Deus, em verdadeira justiça e santidade.

Vale destacar que, na primeira carta aos Coríntios, todas as vezes que o apóstolo Paulo fez referencia à lei de Moisés, o fez em um contexto que não é possível desvincular a palavra ‘lei’ do povo judeu, ou do seu preceptor, Moisés ( 1Co 9:8 ; 1Co 9:9 ; 1Co 9:20 ; 1Co 9:21 ; 1Co 14:21 ; 1Co 14:34 ).

Com relação ao verso em tela, não temos uma referência explicita à lei de Moisés, e aliado a isto, o capítulo 15 da primeira carta aos Coríntios trata de questões próprias ao Éden, do primeiro Adão e do último Adão, que é Cristo, o que vincula a palavra ‘lei’ a questões próprias do Éden.

Portanto, o que prende o homem ao pecado é a morte, condição proveniente da ofensa de Adão e que estava prevista na ordenança de Deus. Já a força do pecado reside na ordenança irrevogável: “... certamente morrerás” ( Gn 2:17 ).

Através da mesma lei que estabeleceu plena liberdade o pecado operou a morte, mostrando-se excessivamente maligno, pois através do bom operou a morte ( Rm 7:13 ). Ou seja, a ordenança concedida no Éden não estava permitindo que o homem pecasse, antes estava instituindo a liberdade.

sábado, 3 de julho de 2010

ENTRETENDO O POVO

Um mal acontece no arraial professo do Senhor, tão flagrante na sua impudência, que até o menos perspicaz dificilmente falharia em notá-lo. Este mal evoluiu numa proporção anormal, mesmo para o erro, no decurso de alguns anos. Ele tem agido como fermento até que a massa toda levede.

O demônio raramente fez algo tão engenhoso, quanto insinuar à Igreja que parte da sua missão é prover entretenimento para o povo, visando alcançá-los. De anunciar em alta voz, como fizeram os puritanos, a Igreja, gradualmente, baixou o tom do seu testemunho e também tolerou e desculpou as leviandades da época. Depois, ela as consentiu em suas fronteiras. Agora, ela as adota sob o pretexto de alcançar as massas.

Meu primeiro argumento é que prover entretenimento ao povo, em nenhum lugar das Escrituras, é mencionado como uma função da Igreja. Se fosse obrigação da Igreja, porque Cristo não falaria dele? "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Lc.16:15). Isto é suficientemente claro. Assim também seria, se Ele adicionasse "e provejam divertimento para aqueles que não tem prazer no evangelho". Tais palavras, entretanto, não são encontradas. Nem parecem ocorrer-Lhe.

Em outra passagem encontramos: "E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres"(Ef.4:11). Onde entram os animadores? O Espírito Santo silencia, no que se refere a eles. Os profetas foram perseguidos por agradar as pessoas ou por oporem-se a elas?

Em segundo lugar, prover distração está em direto antagonismo ao ensino e vida de Cristo e seus apóstolos. Qual era a posição da Igreja para com o mundo? "Vós sois o sal da terra" (Mt.5:13), não o doce açúcar – algo que o mundo irá cuspir, não engolir. Curta e pungente foi a expressão: "Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos"(Mt.8:22). Que seriedade impressionante!

Cristo poderia ter sido mais popular, se tivesse introduzido mais brilho e elementos agradáveis a sua missão, quando as pessoas O deixaram por causa da natureza inquiridora do seu ensino. Porém, eu não O escuto dizer: "Corre atrás deste povo Pedro, e diga-lhes que teremos um estilo diferente de culto amanhã; algo curto e atrativo, com uma pregação bem pequena. Teremos uma noite agradável para eles. Diga-lhes que, por certo, gostarão. Seja rápido, Pedro, nós devemos alcançá-los de qualquer jeito!".

Jesus compadeceu-se dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca pretendeu entretê-los.

Em vão as epístolas serão examinadas com o objetivo de achar nelas qualquer traço do evangelho do deleite. A mensagem que elas contêm é: "Saia, afaste-se, mantenha-se afastado!"

Eles tinham enorme confiança no evangelho e não empregavam outra arma.

Depois que Pedro e João foram presos por pregar o evangelho, a Igreja reuniu-se em oração, mas não oraram: "Senhor, permite-nos que pelo sábio e judicioso uso da recreação inocente, possamos mostrar a este povo quão felizes nós somos". Dispersados pela perseguição, eles iam por todo mundo pregando o evangelho. Eles "viraram o mundo de cabeça para baixo". Esta é a única diferença! Senhor, limpe a tua Igreja de toda futilidade e entulho que o diabo impôs sobre ela e traze-a de volta aos métodos apostólicos.

Por fim, a missão do entretenimento falha em realizar o objetivo a que se propõe. Ela produz destruição entre os jovens convertidos. Permitam que os negligentes e zombadores, que agradecem a Deus porque a Igreja os recebeu no meio do caminho, falem e testifiquem! Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o bêbado para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de promover entretenimento não produz convertidos verdadeiros.

O que os pastores precisam hoje, é crer no conhecimento aliado a espiritualidade sincera; um jorrando do outro, como fruto da raiz. Necessitam de doutrina bíblica, de tal forma entendida e experimentada, que ponham os homens em chamas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O SEGREDO MAIS BEM GUARDADO DO INFERNO

A tragédia do evangelismo moderno é que, na virada do século XX, quando a lei de Deus foi abandonada e desprezada em sua capacidade de converter a alma, de conduzir os pecadores a Cristo, os defensores do evangelismo moderno tiveram que encontrar outra razão para os pecadores responderem ao evangelho. E a maneira que os evangelistas modernos encontraram para atrair tais pecadores foi a estratégia da “melhoria na qualidade de vida.” O Evangelho foi degenerado para algo como: “Jesus Cristo vai te dar paz, alegria, amor, realização pessoal e felicidade duradoura.” Agora, para ilustrar a natureza antibíblica deste ensinamento tão popular, gostaria que vocês lesem com bastante atenção a seguinte anedota, pois a essência do que estou ensinando baseia-se nesta historinha que vou contar. Então, por favor, leiam atentamente:

Dois homens estão sentados em um avião. Ao primeiro é dado um pára-quedas e é orientado a colocá-lo, pois, o pára-quedas melhoraria a qualidade do seu vôo. Ele fica um tanto cético no início porque não consegue ver como o fato de usar um pára-quedas em um avião poderia melhorar a qualidade de seu vôo. Depois de um certo tempo porém, ele decide experimentar para ver se o que lhe havia sido dito era mesmo verdade. Então, quando ele coloca o pára-quedas, ele nota o peso sobre seus ombros e descobre que tem dificuldade para sentar-se direito. Mesmo assim, não tira o pára-quedas de imediato, pois se consola com o fato de que lhe foi dito que o pára-quedas melhoraria o seu vôo. Assim, ele decide dar um tempinho para ver se a tal coisa funciona mesmo. Enquanto espera, percebe que alguns dos outros passageiros estão rindo dele, pelo fato de ele estar usando um pára-quedas em pleno vôo. Ele começa a sentir-se um tanto humilhado. Quando os outros passageiros começam a apontar e rir dele, ele não agüenta mais! Então, encolhe-se em sua poltrona e arranca o pára-quedas, jogando-o ao chão. Desilusão e amargura preenchem o seu coração, pois, pelo que parece, contaram-lhe uma mentira absurda!

O segundo homem também recebe um pára-quedas, mas escutem só o que lhe é dito: “Coloque este pára-quedas, pois a qualquer momento você terá que saltar deste avião e nós estamos a 25.000 pés de altura.” Ele fica muito agradecido e coloca logo o pára-quedas; Nem percebe o peso do objeto sobre seus ombros, muito menos se incomoda com o fato de que não consegue sentar-se direito, pois sua mente está ocupada (ou até mesmo consumida) pelo pensamento do que aconteceria se saltasse sem o pára-quedas.

Vamos analisar o motivo e o resultado da experiência de cada um dos passageiros. O motivo do primeiro homem para colocar o pára-quedas foi apenas para melhorar a qualidade de sua viagem. O resultado da experiência foi que ele se sentiu humilhado pelos passageiros, ficou desiludido e bastante amargurado em relação àqueles que lhe deram o pára-quedas. Ele precisará de um longo tempo para recuperar-se da experiência e, possivelmente, nunca mais vai aceitar uma coisa daquelas novamente. O segundo homem colocou o pára-quedas simplesmente para escapar do salto para morte e, devido ao conhecimento do que aconteceria se saltasse despreparado, ele tem uma profunda alegria e paz no coração, pois sabe que será salvo de uma morte certa e terrível. Tal conhecimento dá-lhe a habilidade de suportar o escárnio dos outros passageiros. Sua atitude em relação a quem lhe ofereceu o pára-quedas é de profunda gratidão.

Agora, escutem o que os métodos de evangelismo moderno dizem. Eles dizem assim: “Coloque o Senhor Jesus Cristo. Ele te dará amor, alegria, paz, realização pessoal e felicidade duradoura.” Em outras palavras, “Jesus melhorará a sua viagem.” Dessa maneira, o pecador responde ao apelo de um modo experimental e coloca [veste] o Senhor Jesus para ver se a “propaganda” é verdadeira. E o que vem sobre ele? Tentação, tribulação e perseguição. Os outros passageiros escarnecem dele. O que ele faz, então? Arranca o Senhor Jesus e joga ao chão, pois se sente ofendido por causa da Palavra (Marcos 4.17). Ficou desiludido e bastante amargurado, e com razão. Pois, prometeram-lhe paz, alegria, amor, realização e felicidade duradoura, e tudo o que conseguiu foram provações e humilhação. Então, ele passa a apontar sua amargura em direção àqueles que lhe deram as tão famosas “boas novas”. Seu último estado é pior do que o primeiro: outro desviado inoculado e amargurado.

Santos, ao invés de pregar que Jesus melhora a qualidade do vôo, nós deveríamos estar alertando os passageiros que eles terão que pular do avião. Ou seja, “que está determinado ao homem morrer uma só vez, e que depois disto virá o julgamento.” (Hebreus 9:27). E aí, quando o pecador entender as horríveis conseqüências por quebrar a Lei de Deus, ele correrá para os braços do Salvador para escapar da ira vindoura. E, se formos testemunhas verdadeiras e fiéis, é isso que deveremos pregar: que existe uma ira vindoura; que Deus “ordena a todas as pessoas em todos os lugares que se arrependam” (Atos 17:30). Por que se arrepender? “Porque Ele estabeleceu um dia em que julgará o mundo com justiça” (vs. 31). Entenda que a questão não é sobre felicidade, mas sim, justiça. Não importa o quanto o pecador possa estar sendo feliz ou o quanto ele possa estar aproveitando [curtindo] “os prazeres passageiros do pecado” (Hebreus 11.25) Sem a justiça de Cristo, ele perecerá no dia da ira. “De nada aproveitam as riquezas no dia da ira; porém a justiça livra da morte.” (Provérbios 11.4). Paz e Alegria são frutos legítimos da salvação, mas não é legítimo usar tais frutos como propaganda para a salvação. Se persistirmos em fazer isso, os pecadores responderão à mensagem com um motivo impuro, desprovidos de arrependimento.

Agora, vocês conseguem lembrar porque o segundo passageiro tinha alegria e paz no coração? Era porque ele sabia que o pára-quedas ia salvá-lo da morte certa. E como crente, como Paulo diz, eu tenho “alegria e paz em crer” (Romanos 15:13), porque sei que a justiça de Cristo me livrará da ira vindoura. Agora, com esses pensamentos em mente, vamos analisar com cuidado um incidente a bordo do avião. Aparece uma aeromoça novata. Ela carrega uma bandeja com café fervendo [de tão quente]. É o seu primeiro dia de trabalho. Ela quer que este dia fique marcado na mente dos passageiros, e consegue seu intento, pois conforme está andando pelo corredor, tropeça e despeja café quente no colo do nosso segundo passageiro. Qual a reação dele ao sentir o líquido fervente queimar a sua pele? Será que ele grita: “Aaaaaii! Que dor!” A-hã, ele sente a dor. Mas será que arranca o pára-quedas e o joga ao chão? Será que ele esbraveja dizendo: “Droga de pára-quedas!”? Não. Por que ele faria isso? Ele não colocou o pára-quedas para melhorar a qualidade de seu vôo. Ele colocou para salvá-lo da morte certa. Por isso, o incidente faz com que se agarre ainda com mais força ao pára-quedas e mal consiga esperar a hora de saltar.

Então, se “colocarmos” o Senhor Jesus pelo motivo correto, isto é, para escapar da ira vindoura, quando vier a tribulação, quando o vôo ficar turbulento, nós não ficaremos com raiva de Deus e nem perderemos nossa paz e alegria. Por que faríamos isto? Não aceitamos Jesus para melhorar nosso estilo de vida: nós o aceitamos para fugir da ira vindoura. Portanto, ao invés de nos irarmos, a tribulação conduz o verdadeiro crente para mais perto do Salvador. E, infelizmente, temos literalmente, multidões de pessoas que se professam Cristãos, mas que perdem sua alegria e paz quando o vôo fica turbulento. Por quê? Porque são o produto de um evangelho humanista. Estes crentes vêm a Jesus sem arrependimento, sem o qual não há salvação

IDENTIFIQUE UM FALSO PROFETA

Há muito tempo, os antigos falavam que no fim das eras iriam surgir falsos profetas. E não é que “realmente” chegou este tempo? Não é tão fácil combater a propagada mentirosa dos falsos profetas porque eles têm afirmado que as suas doutrinas são baseadas na palavra de Deus. Um artigo num jornal relatava: “As mentiras milenares precisam ser extintas, embora saibamos que uma mentira repetida por mais de mil vezes se converte em verdade” Realmente, os falsos profetas têm conseguido, com exímio, imprimir ou inculcar continuamente as suas doutrinas conflitantes na mente de milhares ou até milhões, por um meio bem mais fácil, a grande média, com maior intensidade, a televisão. Uma pergunta: Como identificar os falsos profetas? Vejamos o relato de Mateus 7: 15 que diz: “Vigiai-vos dos falsos profetas que se chegam a vós em pele de ovelha, mas que por dentro são lobos devoradores”. Jesus vai mais além, por revelar outras características que os falsos profetas demonstrariam, como por exemplo, os seus frutos, e até perguntou: “Colhem-se uvas dos espinhos ou figos dos abrolhos? Toda a árvore boa produz fruto excelente, mas toda árvore podre produz fruto imprestável. Pelos os seus frutos reconhecereis estes homens, e ainda alertou que eles iriam fazer supostas curas pela fé, expulsariam demônios, etc. Com razão, certa vez Cristo chamou os fariseus de obreiros do que é contra a lei.

Jeremias serviu como profeta de Deus em Jerusalém numa época em que a cidade estava cheia de derramamento de sangue corrupção, imoralidade e idolatria. Havia outros profetas interesseiros e corruptos. Em que sentido? Deus diz: “Desde o profeta até mesmo ao sacerdote, cada um age de modo falso. E tentam sarar superficialmente o quebrantado, dizendo: ‘Há paz! Há paz!’, quando não há paz” . Apesar dos falsos profetas se esforçarem em dizer ao povo que as coisas estavam indo bem no país, porém, Jeremias, o profeta verdadeiro, corajosamente proclamava: “’Eis que sou contra os profetas’ é a pronunciação de Deus, ‘aqueles que furtam as minhas palavras, cada um de seu companheiro’”. Os falsos profetas tinham furtado a força e o efeito das palavras de Deus, por incentivar as pessoas a dar ouvidos a mentiras, em vez de à verdadeira advertência de Deus. Em nossos dias, eles também escondem os fatos e furtam a palavra de Deus através do sensacionalismo e o alarde evangélico, midiático. Suas palavras embora sejam em tons diferentes, são dóceis, fazem cócegas aos ouvidos dos mais desatentos e desavisados: Observem-as: “Orem a Deus que tudo vai dar certo. Depende de sua fé para receber a cura de seus males. Pagando o seu dízimo, 10%, o seu salário será multiplicado. Vai em paz, Jesus te ama! Por se envolverem na política consolam os desgraçados sociais: “Seu voto pode mudar o país”.

O filósofo Sam Harris que tem exposto a mentira religiosa, através de seus livros. Observe o que ele disse: “A religião é construída sobre mentiras. Não me refiro aos espetáculos de hipocrisia, como quando um pastor evangélico é flagrado com um garoto de programa... Mas quando mamãe diz que vovó morreu foi para o céu, mamãe não sabe. A verdade é que mamãe está mentindo, para si própria e para os seus filhos, e a maioria de nós encara tal comportamento como se fosse perfeitamente normal. Em vez de ensinarmos as crianças a lidar com o sofrimento e ser felizes apesar da realidade da morte, optamos por alimentar seu poder de se iludir e se enganar” (Edição de Veja, 26 de dezembro de 2007)”.

Não se pode negar que a religião foi alicerçada sob mentiras durante milênios e ainda continua desenvergonhadamente ensinando mentiras. Cristo, em certa ocasião disse, que uma casa construída sobre a areia quando chega uma tempestade, se desmorona facilmente, portanto, do mesmo modo irá ocorrer em breve com a religião falsa. Não podemos mais aceitar esta enxurrada de propaganda, mentirosa, promovida por homens interesseiros e inescrupulosos, travestidos de superfinos apóstolos que se sobrepõe à palavra de Deus transcrita na Bíblia, que é divinamente inspirada e proveitosa, para ensinar, repreender, endireitar as coisas e disciplinar em justiça. A Bíblia desmente os falsos profetas, sem rodeios quando fala sobre a condição dos mortos: Observe: “Pois os viventes sabem que hão de morrer, porém, os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco eles têm jamais recompensa, mas, a sua memória ficou entregue ao esquecimento” Eclesiastes 9: 5. Há pessoas, que apesar de não conhecerem uma página da Bíblia, raciocinam de forma lógica, e respeitam o livro agrado, enquanto, aqueles que andam com ela embaixo do braço infringem o mandamento de Deus por causa de suas tradições.

Às vezes, muitos se perguntam: Até que ponto a mentira se perpetuará? Contudo, chegou o tempo de investigarmos cabalmente, tudo o que a Religião nos ensinou. Conforme a profecia bíblica predisse, o conhecimento, nestes últimos dias se tornaria abundante, portanto, chega de manipulação. Não há mais escapatória para os falsos profetas continuarem se estribando em sua própria compreensão. A orquestra está tocando afinadamente por diversos segmentos da sociedade, querendo o fim do maior instrumento dos falsos profetas, a religião. Dar trégua a eles, jamais! Não nos intimidemos em questioná-los, “SEM MEIAS PALAVRAS, E NEM MEIAS VERDADES”. Por que não pela a grande mídia? Não é por dela que tanto eles enganam a população? Claro, sem deixar de lado a palavra de Deus, que tem a autoridade máxima e é soberana para por abaixo toda sorte de mentira. “Enquanto a verdade calça os sapatos, a mentira já deu meia volta ao mundo”.

Os profetas de Deus sofreram muito por denunciar a fraude dos profetas de baal. Este era cultuado e admirado por milhares, mas, chegou o tempo da adoração a baal ser varrida em Israel. Como? O rei Jeú reuniu uma multidão no templo de baal fingindo que iria prestar um ato de adoração, e então, os seus 450 profetas foram mortos numa emboscada, inesperadamente. De modo similar, todos os falsos profetas da atualidade e seu instrumento de engano, a religião falsa, se preparem, pois em breve, Deus, o “Verdadeiro Deus” incutirá o seu pensamento nos corações mentais de governantes políticos, através da (ONU) para desferir um duro ataque devastador contra todos aqueles que transformaram a verdade de Deus em mentira. Revelação 17: 16,17. Concluindo o assunto, eu diria que façamos séria reflexão, no sentido de repensar a maneira que Deus requer que o adoremos, pois, em sua palavra está escrito que a adoração que Deus aceita tem de ser em espírito e verdade... João 4: 24

ABORTO A LUZ DA BÍBLIA

Deus criou o homem e a mulher, abençoou-os e disse-lhes: «Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a... E viu Deus tudo quanto tinha criado, e eis que era muito bom» (Gn 1:28, 31). Verificamos desde logo que a reprodução era um dos propósitos da criação do homem por Deus. Por outro lado, não lemos em passagem alguma que o homem tenha o direito de matar o seu semelhante - aliás, um mandamento é «não matarás» (Êxodo 20.13, Rom.13:9).


Ora, a criança que está no ventre da mãe é um ser com identidade própria. Sabia que o primeiro órgão a ser formado no feto é o coração? E que o coração começa a bater 21 dias após a concepção ? Neste sentido, quem aborta está a assassinar um ser humano criado por Deus.



A VIDA: DIREITO INVIOLÁVEL
Quem tem poder para tirar a vida? É porventura o homem quem pode decidir o futuro de um outro seu semelhante quanto ao momento da sua morte? Lemos em 1.ª Samuel 2:6 que a autoridade para decidir o momento da morte de alguém pertence exclusivamente a Deus: «O Senhor é que tira a vida e a dá: faz descer à terra e faz tornar a subir dela».
Lemos por outro lado no Salmo 139:13 que é o Senhor Quem opera a formação de um ser vivo, e que o faz mover no ventre de sua mãe: «Pois Tu formaste o meu interior; Tu entreteceste-me no ventre da minha mãe».
Neste verso, a protecção e a possessão de Deus e o Seu poder criativo são extensivos à vida pré-natal. Este ensino torna impossível considerar o embrião ou feto como «simples pedaço de tecido». O mínimo que alguém pode dizer é que no momento da concepção já existe um ser humano em potencial (melhor, um ser humano com potencial), o qual é sagrado e de valor, à vista de Deus, evidenciado pelo Seu envolvimento pessoal.

Os pés de um feto com 10 semanas



A PASSAGEM DE ÊXODO 21:22,23
«Se alguns homens pelejarem e ferirem uma mulher grávida, e forem causa que. aborte, porém se não houver morte, certamente será multado... Mas se houver morte, então darás vida por vida».
Esta é a única passagem que na Bíblia aborda directamente o tema do aborto. e tem sido apresentada como justificação para a aceitação do aborto. Trata-se de um caso em que o aborto é provocado, mas como que acidentalmente. Se uma mulher perdesse o filho, havia apenas uma indemnização: se a mulher morresse também, quem a ferisse teria de pagar com a sua vida. Para quem defenda o aborto, a dedução que é feita é que, visto só haver indemnização no caso de aborto, isso significaria que o feto não teria alma, que apenas seria ganha ao nascer. Levando um pouco mais adiante este pensamento, concluiríamos que o aborto induzido seria biblicamente permitido. Ora, isso seria forçar a aplicação da lei do Êxodo, que trata de um aborto acidental, e não induzido, o que são duas coisas absolutamente distintas: uma, é acidentalmente alguém provocar o aborto a outrem, outra, e com consentimento da mãe, provocar-se o aborto. Todavia, mesmo acidental, lemos que em tal caso havia uma sanção, o que denota a gravidade desse aborto acidental, precisamente porque estava em causa a vida.

E SE... NASCER... DEFORMADO ?
Esta é uma desculpa apresentada para se considerar a hipótese do aborto, que aliás, a nossa Lei actualmente já prevê.
Em primeiro lugar importa notar que Deus criou o homem com características tais que, mesmo em condições à primeira vista adversas, consegue sobreviver e adaptar-se. Por outro lado, quando essa vida e impossível, a morte vem por si própria. Assim sucede por exemplo quando a criança nasce com deformações encefálicas anormais (cérebro). Geral-mente, a criança morre passados poucos minutos depois do parto.
Mas, mesmo que haja seguros motivos de que a criança venha a nascer deficiente, será esse um motivo para se aceitar o aborto? Vejamos o que a Palavra de Deus nos diz a este respeito: «Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo ou o que vê, ou o cego ? Não Sou Eu, o Senhor?» (Êxodo 4:11). «E passando Jesus, viu um cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: "Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego ?" Jesus respondeu: "Nem ele pecou nem seus pais, mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus"» (S. João 9:1-3).
A resposta da Bíblia é clara. Aceitar a morte de crianças ainda não nascidas, conduz a aceitar também a eutanásia infantil, isto é, o homicídio de bebés recém-nascidos que sejam doentes ou deficientes. E a aceitar isto, não faltaria muito para aceitar também a eutanásia dos inválidos, idosos e todos os que, independentemente da sua idade, não possam cuidar de si mesmos ou se sintam à parte da sociedade. Se se entender que o universo se formou por acaso e que o homem é descendente duma criatura pré-histórica, não há razão para se preocupar com a vida humana. Mas, sabendo que o homem foi criado e que tem um destino especial diante do Seu Criador , então concluiremos que a defesa da dádiva divina, que é a vida humana, é de facto inalienável.

O FETO TEM ESPÍRITO
A questão é polémica e misteriosa. Por muito que se argumente, é difícil chegar a uma conclusão do momento exacto em que o ser vivo passa a ter alma e espírito. Antes de mais, é importante não confundir alma com espírito. Aquela é a vida, capacidade de reacção e entendimento. O espírito é a consciência, o elo de ligação com o mundo espiritual ? É deste que se põe o problema, pois se tem espí rito, se for morto no aborto, terá um destino eterno (certamente o céu).
A este propósito, pode dizer-se que a criança já no ventre da mãe tem vida, «dá pontapés» e reage. Será essa uma evidência de alma ou de espírito ? Independentemente de tal facto, importa atender para o que a Bíblia diz: «Antes que te formasses no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei» (Jer.1:5). «Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe» [ora, para ser em iniquidade, tinha que ter espirito; se assim é, mesmo morrendo por aborto, só pela obra de Jesus pode ir para o céu !...] (Salmo 51:5). «O Senhor me chamou desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome;... O Senhor me formou desde o ventre para seu servo...» (Isaías 49:1,5). Lemos ainda no Salmo 139: "Pois Tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventro de minha mãe. Os Teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no Teu livro foram escritos todos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles".

OPÇÃO ENTRE MÃE E FILHO
Há situações extremas na vida de escolha entre duas coisas igualmente importantes. Qual deve ser a reacção de um crente se o médico disser que, havendo parto, uma vida cederá ? ou a da mãe, ou a da criança. Por qual optar? Há duas vidas em jogo: a vida tem igual valor. Perante uma situação destas muitos não hesitariam em optar pela vida da mãe em vez da criança. É uma opção lógica, lícita e mais racional. Na vida de um cristão, se isso suceder, creio sinceramente que é seguramente uma provação da sua fé em Deus. Mas, de qualquer forma, qualquer que seja a decisão, ela deve ser obtida em comum pelo casal, e pela mesma serão responsáveis perante Deus, porque pertencente ao foro individual de cada um.
Não nos é lícito indicar qual a «melhor» escolha, porque ela na prática é difícil e envolve uma situação psicológica terrível. Muitos têm enfrentado esta situação, e entregue tudo nas mãos de Deus, e sucede que nem a mãe nem o filho morrem, se assim for a Vontade de Deus. Contudo, como já referido, essa é uma questão do foro individual e com a consequente responsabilidade perante Deus, não nos sendo lícito dogmatizar nem reprovar qualquer escolha.